segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A CRIANÇA E O MEDO DO DENTISTA



O tão mal falado “medo do dentista”, mais conhecido nas crianças, nem sempre tem uma causa real.

A criança pode ter o medo objetivo e o subjetivo.
No medo objetivo, a criança passou por uma experiência dolorosa que lhe traumatizou, e a dor é que traumatiza; pode ter sido uma internação hospitalar, muitas injeções, e até mesmo um tratamento odontológico complexo ou demorado.

No medo subjetivo, a criança absorve as experiências alheias (o adulto conta o que passou no dentista, e ela potencializa aquela informação), ou ainda, prometem-lhe castigos do tipo “Vou mandar o dentista arrancar teu dente!” ou “ O dentista vai te dar uma injeção se você não parar!”

Como preparar a criança para ir ao dentista:

1. Fale a verdade. Diga-lhe, sim, que vai ao dentista, pois se ela descobre que foi enganada, poderá pensar que é algo ruim, e por isso você não disse a verdade. O tratamento odontológico não deve ser encarado como sofrimento, mas como parte fundamental na manutenção da saúde da criança;

2. Explique de acordo com a idade. Dos 2 aos 4 anos: “Quero que o dentista tire o bicho que roeu o seu dente e fez uma casinha nele.”, ou "quero que veja se não tem bichinho no seu dente. Eles são muito pequenos e só o dentista consegue ver"; depois dos 5 anos fale a real importância da saúde, principalmente se a criança já estuda;

3. Evite explicar o tratamento para a criança, como “O dentista só vai olhar”, porque não acontecerá isso, principalmente se a criança está sentindo dor. Deixe que o dentista explique o tratamento;

4. Demonstre e transmita segurança à criança, e não ansiedade. Quanto menos você falar, mais o dentista poderá agir, então siga suas instruções;

5. Não espere a criança sentir dor para ir ao dentista. O ideal é que a primeira consulta da criança seja feita antes de nascer o primeiro dentinho, para que a mãe receba orientações para evitar a cárie, pois o tratamento preventivo é mais rápido e mais barato que o tratamento curativo;

6. Se os pais têm dúvidas de como será o tratamento odontológico de sua criança, seria mais interessante procurar o dentista e tirar suas dúvidas, antes de levá-la ao consultório.

Dentista não é castigo. Assim como o medico, ele está para ajudar a criança a ter saúde, e principalmente para prevenir a doença cárie, antes que ela se instale e cause dor.

Anna Borges Louzada CRO-AM 1192

Odontopediatra

Manaus-AM

terça-feira, 13 de outubro de 2009

(Texto na Revista do Jornal O Globo)
'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação! E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic. Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero. Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho. Você não é Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher. E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias.. Cinco dias! Tempo para uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar. Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir. Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra. A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela. Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'
Martha Medeiros - Jornalista e escritora
REPASSEM PARA TODAS AS MULHERES MARAVILHOSAS , QUE BATALHAM, QUE LUTAM PARA SER FELIZ!