quarta-feira, 29 de julho de 2009

O HOMEM E SEU FILHOTE


O homem é o único animal que oferece sua cria aos predadores.
Enquanto, no reino animal, todos os outros escondem suas crias, para que não sejam devorados pelos animais de outras espécies, o homem leva seu filhote recém-nascido, ainda sem anticorpos que o protejam, para locais públicos (shoppings, feiras, supermercados e o que mais se possa imaginar), expondo-o aos predadores naturais da espécie (vírus, bactérias, protozoários e alergias).

Sei que esta pode parecer uma forma um tanto quanto assustadora de mostrar o problema, mas na verdade é exatamente isso que acontece.

Quando uma criança nasce, seu sistema imunológico ainda é imaturo, e ela precisa do leite materno e das vacinas para fortalecer suas próprias defesas orgânicas, que só deverão estar realmente prontas por volta dos cinco anos de idade.

O leite materno contém vários tipos de anticorpos (Imunoglobulinas) que passarão da mãe para o bebê; nos primeiros meses de vida, a criança precisa receber da mãe esses anticorpos, até que ela possa fabricar os seus próprios defensores, ficando apta para enfrentar os inimigos invisíveis que o rondam.

Ao ver pessoas passeando com bebês recém-nascidos (mesmo!) em pleno shopping de Manaus, sinto uma vontade quase que incontrolável de bater-lhes no ombro e indagar “Você já ouviu falar em gripe suína?”, ou mesmo “Você sabia que predadores espreitam seu filhote?”... sei que parecerei uma maluca paranóica, mas... não é melhor prevenir que remediar?!?

sexta-feira, 24 de julho de 2009


Meu livro na

ESCOVAR!

O saudável hábito de escovar os dentes após as refeições é imprescindível para a manutenção de uma boa saúde bucal.

Após o consumo de qualquer tipo de açúcar, o pH da boca cai em, no máximo dez minutos, só se normalizando em 45 a 60 minutos, ou seja, bem mais devagar. A cada novo consumo de açúcar, o processo se repete, e o pH fica ácido, abaixo do nível crítico (quando ocorre a desmineralização – enfraquecimento do esmalte pela perda dos seus minerais), por 15 a 20 minutos.

A queda do pH, que fica ácido, favorece o aparecimento da placa bacteriana, que se alimentará do açúcar que ficou na boca.

Quando falamos em açúcar, muitos podem pensar que são apenas os doces e refrigerantes que contém açúcar, mas na verdade a grande maioria dos alimentos contem algum tipo de açúcar que, em contato com a saliva na boca, se transformam no alimento favorito da bactéria causadora da cárie.

Após uma refeição, se não é feita a escovação, o meio ácido da boca torna-se o ambiente ideal para o “trabalho” das bactérias causadoras da cárie.
Quando é feita a escovação, com creme dental com flúor, esse flúor contido no creme dental aumenta o pH do meio bucal, impedindo as bactérias de produzirem mais ácidos, e devolvendo os minerais (remineralização) que o esmalte do dente perdeu com a desmineralização.

Para que haja um equilíbrio entre a desmineralização e a remineralização, o Flúor se faz necessário. Se não há o flúor para devolver os minerais, a cárie aparece, pois só ocorrerá a desmineralização, e um maior aumento do número de bactérias devido ao ambiente favorável a elas.


É importante que a escovação, após as refeições, seja estimulada como uma forma eficaz de prevenir a cárie e as doenças periodontais, tanto em crianças quanto em adultos, e a melhor forma de desenvolver e adquirir esse hábito é o adulto fazer junto com a criança, desde a mais tenra idade do bebê, que adora imitar seus pais, então nada melhor do que dar o bom exemplo.

Anna Borges Louzada
Odontopediatra
CRO-AM 1192

Em defesa do Flúor





A historia do Flúor começa no inicio do Século XX, em 1901 na Itália, e em 1916 nos EUA, onde foram observados dentes com manchas marrons impossíveis de serem removidas, em cidades abastecidas por uma mesma fonte de água potável. Por outro lado, observou-se que as pessoas com os dentes manchados tinham menos cáries que outras cujos dentes não possuíam essas manchas.

Diante dessas descobertas, foi levantada a hipótese de que na água existiria algum componente desconhecido, que estaria provocando as manchas nos dentes, o que foi confirmado em 1931, quando uma analise da água detectou uma alta concentração de flúor.

A partir de então, muitos estudos foram feitos até encontrar a concentração de flúor ideal para reduzir a cárie e não provocar manchas nos dentes ("fluorose"), assim como tantos outros procuraram relacionar outras doenças mais graves com o flúor. Começava uma nova era da Odontologia: a era da prevenção para a promoção da saúde.

A fluoretaçao da água começou, nos EUA, em 1942, e no Brasil em 1953; e nos dias atuais o flúor continua sendo recomendado por Organizações nacionais e internacionais, como a Organização Mundial de saúde (OMS ), como o recurso mais eficaz de prevenção da cárie.

Das "acusações"contra o flúor, a única realmente comprovada é que ele pode causar fluorose (esmalte do dente manchado), mas tal problema só ocorre quando há um consumo excessivo de flúor, e nós sabemos que qualquer medicamento usado em excesso, sem controle médico, pode causar problemas graves.

Ainda para esclarecer, o flúor só causa a fluorose se engolido em grande quantidade, por um determinado período de tempo, e essas manchas só atingem os dentes que ainda vão "nascer". Sendo assim, não há contra-indicação de usar o flúor como estamos acostumados ,ou seja, aplicado sobre os dentes na forma de bochecho, gel ou no creme dental, pois esse flúor não é engolido.

Quanto ao flúor que grávidas e crianças tomam para fortalecer os dentes que estão se formando, o médico sabe perfeitamente a quantidade adequada que cada um deve tomar, portanto,não há perigo desde que instruções médicas sejam seguidas.
Nos EUA, estudos epidemiológicos, comparando o numero de mortes por câncer, não mostraram diferenças significativas entre comunidades que têm água fluoretada e as que não têm.

Para afirmar que o flúor causa câncer, é necessário muito estudo objetivo, sendo eles epidemiológicos, clínicos e laboratoriais, e até o momento não temos conhecimento de nenhum trabalho cientifico com esses resultados.

É inegável o beneficio do flúor na prevenção da cárie, quer seja na fluoretaçao da água (reduz a cárie de 50 a 65%), na aplicação de flúor tópico ( bochechos ou gel reduzem a cárie de 20 a 40%) ou no uso do creme dental com flúor.

Querer atribuir ao flúor responsabilidade por doenças graves, sem um estudo detalhado e bem fundamentado, pode apenas nos parecer leviano, mas uma afirmação como essa pode assustar pessoas leigas, que poderão, simplesmente, deixar de usar o flúor, e ter como conseqüência o aumento da cárie, o que não seria nada bom para um País que já tem um dos maiores índices de prevalência de cárie do mundo.

Anna Borges Louzada
Odontopediatra
CRO-Am 1192.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

INTOXICAÇÃO PELO MERCÚRIO: PERIGO PARA A SAÚDE DO TRABALHADOR

O Mercúrio é um metal líquido, que se volatiliza facilmente, mesmo à temperatura ambiente, dispersando–se e contaminando, assim, a atmosfera do local de trabalho. Quando aquecido, transforma–se em um gás incolor e inodoro. Sua evaporação aumenta com o aumento da temperatura, podendo evaporar – se até oito vezes mais, em uma elevação de temperatura de 20 º C a 50 º C.
O mercúrio metálico é responsável por um grande número de intoxicações agudas e crônicas, em saúde ocupacional, com graves seqüelas e até óbitos. Muitas doenças causadas por esse metal podem ser diagnosticadas erroneamente como de outras causas, se o profissional de saúde não conhecer a história ocupacional do trabalhador e os riscos da exposição ao mercúrio.
Estima – se que, pelo menos, noventa tipos de atividades estejam expostas ao mercúrio. Dentre essas, podemos citar Indústrias de cloro-soda, equipamentos eletrônicos, termômetros, lâmpadas fluorescentes e neon, amálgama odontológico, produção de polpa de papel, corantes e tintas, garimpo de ouro e prata, Indústria de jóias, medicamentos, prateação de espelhos, manufatura de tintas, produção de acetaldeído, desinfetantes, explosivos, laboratório químico/fotográfico, conservantes de madeira, produção de chapéus de feltro, refinarias de petróleo, usina nuclear, metalurgia, cosméticos e perfumes, conservação de peles de animais, anti-séptico, manufatura de papel, Inseticidas, fungicidas, e herbicidas aplicados na agricultura, produtos para conservação de sementes e catalisador.
O mercúrio e seus componentes tóxicos penetram no organismo por inalação, absorção cutânea e por via digestiva. As três formas são tóxicas, mas cada uma delas possui características toxicológicas próprias. A principal via de penetração é a respiratória, em até 80% dos casos, sendo que 80% do mercúrio inalado ficam retidos no organismo. Deposita-se em vários órgãos como o rim, fígado, testículos, tireóide, membranas do trato intestinal, glândulas salivares, medula óssea e baço; atravessa a barreira hemato-encefálica e aloja-se no Sistema Nervoso Central (SNC); também atravessa a barreira placentária, atingindo o embrião/feto
A eliminação do mercúrio dá - se pela urina, fezes, saliva, suor e o ar expirado. A permanência desse metal no corpo humano é, em média, sessenta dias, mas no SNC ultrapassa um ano, e não há provas de que ele seja totalmente eliminado do organismo.
Um exemplo dos males que o mercúrio causa foi observado na cidade de Minamata, no Japão (1960), onde uma indústria que usava metilmercúrio, e despejava seus resíduos na Baía de Minamata, contaminando água e peixes, causou a morte de sessenta e cinco pessoas, e o nascimento de crianças com grandes distúrbios genéticos, principalmente neurológicos.
Na Inglaterra do Rei Eduardo VII (1902), fabricantes de chapéus de feltro, expostos ao mercúrio utilizado no processo de feltração, apresentaram uma síndrome conhecida como Dança de São Vítor, caracterizada por contínuos movimentos involuntários dos músculos da face e das extremidades, além de distúrbios psiquiátricos, o que deu origem à doença conhecida como ¨loucura dos chapeleiros¨, e à expressão ¨louco como um chapeleiro¨.
Zavariz & Glina (1993) realizaram estudo, em uma fábrica de lâmpadas elétricas de Santo Amaro - SP., em 91 trabalhadores, entre homens e mulheres, com idades entre 20 e 65 anos, expostos ao mercúrio metálico utilizado na fabricação de lâmpadas fluorescentes, com tempo de serviço variando entre 4 meses e 30 anos. Dos 91 trabalhadores avaliados, 84,62% apresentavam quadro de intoxicação por mercúrio, com manifestações da doença que iam desde amolecimento dos dentes até distúrbios neurológicos.
A legislação brasileira, através das Normas Regulamentadoras (NR´s) do Ministério do Trabalho, e a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelecem um Limite de Tolerância Biológica (LTB) para o trabalhador exposto ao mercúrio, mas muitos pesquisadores afirmam que não há um limite seguro, e que o ideal é que as medidas preventivas sejam efetivas e constantes, para garantir a saúde do trabalhador.
A NR15 lista o mercúrio como um dos principais agentes nocivos que afetam a saúde do trabalhador, referindo – o como grau máximo de insalubridade. Dentre os metais que causam doença ocupacional, é o que apresenta a maior diversidade de efeitos (neurológicos, psicológicos, cardio -respiratórios, gastrintestinais, renais e bucais).
Muitas doenças causadas pelo mercúrio são irreversíveis, podendo deixar o trabalhador permanentemente inapto para o trabalho, o que significaria um ônus muito maior do que a adoção de medidas de proteção e prevenção que valorizam o trabalhador.

Anna Borges Louzada
Odontologia Legal e do Trabalho
CRO – AM 1192


ZAVARIZ, C., GLINA, D.M.R., Efeitos da Exposição Ocupacional ao Mercúrio em Trabalhadores de uma Indústria de Lâmpadas Elétricas Localizada em Santo Amaro, São Paulo, Brasil. Cad.Saúde Públ., Rio de Janeiro, 9 (2): 117 – 129, abr/ jun, 1993.

Odontopediatria: traumatismos em dentes anteriores

Os traumatismos em dentes anteriores, seja uma simples fratura ( perda de um pedaço do dente), uma intrusão (entrada do dente na sua própria cavidade natural - alvéolo ) ou até perda total do dente ( expulsão do dente do alvéolo ) são bastante comuns no atendimento odontológico.

Normalmente, esse tipo de trauma ocorre, na dentição decídua ( dente de leite), entre 1 e 3 anos de idade, e na dentição permanente, entre 7 e 10 anos. Os meninos estão mais propensos a esses traumatismos do que as meninas. As lesões ocorrem com mais freqüência nos dentes superiores. Crianças com protusão dos dentes incisivos superiores ("dente de coelho") são mais suscetíveis ao trauma.
Mordida aberta por sucção digital (chupar dedo): dente mais propenso à fratura. 

As principais causas dos traumatismos são: quedas ocorridas em jogos e brinquedos, acidentes com objetos, brigas e acidentes automobilísticos.

A perda ou fratura do dente provoca um impacto emocional na criança e nos pais, cuja ansiedade e medo podem desfavorecer a intervenção imediata do Dentista. É necessário que os pais sejam tranqüilizados a respeito da reabilitação da criança diante do traumatismo sofrido.
É importante também que os pais possam fornecer respostas precisas a respeito do acidente que causou o trauma ( quando, onde e como ocorreu), pois o tratamento odontológico dependerá, em boa parte, das informações recebidas.

O tempo que decorre entre o acidente e a procura de um Dentista influencia no tratamento e nos resultados a esperar. O local onde ocorre o acidente ( na calçada, no playground, na piscina. etc.) indica a necessidade ou não da profilaxia do tétano ( vacinação ).

O dente que sofre um traumatismo, dependendo da intensidade do trauma, pode vir a mudar de cor devido à resposta inflamatória da polpa ( nervo ) do dente. Também dependendo da intensidade do trauma , poderá ocorrer "amolecimento" ou até perda do dente.


Quando o dente sai totalmente do alvéolo, geralmente, os pais desejam que se reimplante o dente, mas nem sempre é aconselhável fazer tal procedimento. O reimplante do dente permanente sempre deve ser tentado, pois não "nascerá" outro dente para substituí-lo; entretanto, o reimplante do dente de leite pode acarretar problemas mais sérios ao dente permanente que está por nascer, e comprometer muito mais que só a estética.
Dente permanente com mancha de Hipocalcificação, após trauma no dente de leite.

Mancha de Hipocalcificação nos dentes permanentes, após trauma no dente de leite.

Quando ocorre a intrusão do dente, dependendo da idade da criança, deve-se fazer o acompanhamento com radiografias e aguardar, pois geralmente esse dente voltará ao seu lugar no arco dentário; se for um dente de leite, o maior cuidado é com o dente permanente que vai nascer.

No caso de fratura do dente, deve-se levar o fragmento, para que o Dentista possa restaurá-lo com técnicas que reaproveitam o próprio pedaço fraturado.
Paciente bateu a boca na borda da piscina e fraturou o dente permanente.

Os cuidados para reimplantar o dente permanente começam no local do acidente: não se deve lavar o dente de forma alguma, com nenhum produto; o ideal é fazer o transporte até o consultório odontológico com o dente dentro da boca, que é seu "habitat" natural, ou então em um recipiente com leite ou soro fisiológico; quanto menos tempo transcorrer entre o acidente e o início do tratamento, maior é a chance de sucesso do tratamento, que não depende só disso, mas também da boa saúde geral do paciente.


Anna Borges Louzada
Odontopediatra
CRO-Am 1192.

A criança e a chupeta


O ato de sucção ("sugar", "chupar") é um reflexo inato da criança, ela já nasce sabendo; proporciona à criança sua sobrevivência e um vínculo afetivo com a mãe durante a amamentação. A sucção é muito importante para o bom desenvolvimento e crescimento dos ossos e músculos da face, por isso a mãe deve amamentar o filho nos dois seios, para que o desenvolvimento seja por igual.

Muitas vezes, a criança termina de mamar, saciou sua fome de leite, mas
não saciou sua vontade de sugar, então ela chora, e aí a mãe lhe dá a
chupeta. A criança terá, com a chupeta, a satisfação emocional com a
continuação do ato de sucção, até sentir - se saciada, então, nesse
momento, a chupeta é benéfica à criança. Quando a criança chora, por qualquer que seja o motivo, e a mãe lhe dá a chupeta, está sendo estimulado um habito que poderá trazer algumas conseqüências:

1. O uso contínuo da chupeta, após os dois anos de idade, fará com que a
criança, que está em crescimento físico e psicológico, tenha a chupeta
como um suporte emocional;


2. O crescimento dos ossos da face, com uma chupeta sempre na boca,
afastará os dentes, não permitindo que eles se toquem, podendo resultar
nos chamados "dentes de coelho", que também são os mais propensos a sofrer fraturas;

3. A criança sempre com a boca aberta poderá passar a respirar pela boca,
quando o correto é a respiração só pelo nariz;

4. A chupeta também pode atrapalhar a fala. Se a criança deixar a chupeta antes dos três anos de idade, os dentes tendem a voltar para sua posição normal, e a criança poderá fechar a boca normalmente, assim como respirar só pelo nariz, sem precisar de um possível tratamento ortodôntico para resolver esses problemas.


A criança que usa chupeta até os cinco anos ou mais, geralmente, tende a
desenvolver outros problemas bucais, que só costumam ser resolvidos com
tratamento ortodôntico (aparelho).
Fizemos uma boa troca: uma chupeta por um belo par de óculos!
Não se deve deixar a criança dormir a noite toda com a chupeta na boca, e para isso há um exercício muito simples que a mãe pode fazer: quando a criança já estiver dormindo, puxar a chupeta, levemente, para que ela volte a sugar; esse movimento deve ser repetido por 10 a 12 vezes, até que a criança canse sua musculatura, e largue a chupeta, para dormir com a boquinha fechada e respirar corretamente pelo nariz.

Um lembrete: mais nocivo que o hábito de chupar chupeta é a sucção digital
("chupar o dedo"), pois a chupeta pode ser tirada gradativamente.

Anna Borges Louzada
Odontopediatra
CRO-AM 1192

ODONTOLOGIA DO TRABALHO E SAÚDE INTEGRAL DO TRABALHADOR

Tramita no Congresso Federal, em caráter definitivo, o Projeto de Lei nº 422/2007, que pretende alterar, em parte, os artigos 162 e 168 da CLT, determinando que as empresas mantenham serviços especializados em Odontologia do Trabalho, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, e tornando obrigatório os exames odontológicos ocupacionais por conta do empregador. Em Dezembro último, o Dep. Federal Rodrigo Castro ( PSDB-MG), relator do Projeto, deu seu parecer favorável ao mesmo.

A Odontologia do Trabalho é uma nova especialidade, reconhecida em 2002. Seu principal objetivo é a busca permanente do equilíbrio entre a atividade laboral e a preservação da saúde bucal do trabalhador.
O Odontólogo do Trabalho identifica e previne doenças bucais, originadas no ambiente de trabalho, através de programas de educação e prevenção.
Estudos científicos mostram que determinadas atividades podem causar manifestações de doenças na cavidade bucal, tais como: dores generalizadas, inclusive nas articulações, inflamações gengivais, desgastes nos dentes, fraturas, mobilidade dentária e até perda total do dente; também é comprovado que muitas doenças sistêmicas têm muitos sinais e sintomas que aparecem primeiro na cavidade bucal. Tais manifestações acabam causando falta ao trabalho e/ou queda da produtividade do trabalhador.
Muitas doenças bucais podem ser diagnosticadas no exame pré-admissional, e tais diagnósticos precoces evitariam a falta do trabalhador ao emprego (absenteístmo), onerando menos a empresa.

Uma empresa que tem em seu quadro de colaboradores o Odontólogo do Trabalho em sua equipe de Segurança e Medicina do Trabalho pode obter as seguintes vantagens respectivamente:
PARA O TRABALHADOR: aumento da satisfação laboral; diminuição dos índices de cárie e doença periodontal; redução do problema da dor (uma das principais causas de acidentes de trabalho e suas conseqüências);
PARA O PAÍS: diminuição do número de acidentes de trabalho que sobrecarregam o Sistema Previdenciário;
PARA A EMPRESA: diminuição do absenteísmo; possibilidade de promover o tratamento odontológico sem prejuízo para o serviço; reconhecimento da responsabilidade social (empresa que se importa com a saúde integral do trabalhador).

Esperar pela regulamentação da lei pode significar uma maior perda para a empresa, pois um trabalhador que adquire uma doença profissional (tecnopatia) poderá resultar em um ônus muito mais expressivo do que a contratação de um profissional qualificado.

Anna Borges Louzada
CRO – AM 1192