domingo, 27 de novembro de 2011

Simpósio na UEA debate fluoretação de água em Manaus

Publicada em http://www.portalamazonia.com.br/editoria/cidades/simposio-na-uea-debate-fluoretacao-de-agua-em-manaus/

A água fluoretada está entre as dez conquistas de saúde pública do último século.
Portal Amazônia com informações de Anna Louzada


MANAUS - Manaus poderá contar com água fluoretada em 2012. A confirmação veio da empresa Água do Amazonas, durante Simpósio na Universidade Estadual do Amazonas (UEA), realizado nesta quinta-feira (24). O evento, realizado no auditório da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) objetivou debater a adição de flúor às águas de abastecimento da capital.
O encontro contou com a participação do Coordenador de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca, do Professor Jaime Aparecido Cury (Unicamp), um dos maiores especialistas do estudo do flúor no Brasil. Também participaram do Seminário, o Diretor da Empresa Águas do Amazonas, Arlindo Silva, além de representantes da Secretaria Municipal de Saúde, Conselho Regional de Odontologia-AM, Sindicato dos dentistas, Professores e odontólogos.

De acordo com Gilberto Pucca, a fluoretação das águas é um dos componentes da Política Nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ele explicou que a fluoretação foi considerada umas das dez medidas mais importantes do Século Vinte nos EUA. Ele disse ainda que Brasil tem o segundo maior sistema de fluoretação das águas de abastecimento público. A cada dia, 15 mil novas pessoas passam a receber água fluoretada no País.
Apesar do custo extremamente baixo – em SP gastou-se R$ 0,08 por pessoa em 2003 – a Região Norte ainda conta com poucas cidades com esse benefício. No Brasil, a população com acesso à água fluoretada, em 2003, era de 53%, já em 2009 pulou para 65%.A ausência de saúde bucal está ligada às doenças crônicas e pode causar doenças crônicas, como o infarto, por exemplo.

De acordo com Pucca, após a implantação do sistema, os resultados aparecem rapidamente. Em 2003, apenas 31% de crianças brasileiras com 12 anos estavam livres de cárie, já em 2010 o índice elevou-se para 44%. Para o especialista, nada justifica que uma cidade não tenha água fluoretada. “O acesso à água tratada salva vidas de crianças. A mágica da saúde bucal é além de cloro, ter flúor na água”, explicou.

O Professor Jaime Cury disse que água fluoretada ingerida regularmente na concentração ótima, garante a manutenção de uma concentração de fluoreto na cavidade bucal, capaz de interferir no processo de cárie. “Este beneficio não é apenas se a água for ingerida. Também no preparo de alimentos, o flúor pode ser absorvido.

O único efeito colateral sistêmico da ingestão de água fluoretada na concentração ótima é a fluorose dental, cuja alteração na estética dental não compromete a qualidade de vida e não muda a qualidade de vida das pessoas.

A água fluoretada está entre as dez conquistas se saúde pública do último século. O principal meio de usar o flúor é o coletivo, ou seja, através da água fluoretada. O flúor não se concentra em tecidos moles, apenas onde há cálcio (ossos). O excesso de flúor nos ossos poderia causar a fluorose óssea, mas isso só aconteceria se uma pessoa tomasse água fluoretada na concentração ótima por 265 anos.

De acordo com Arlindo Silva, Engenheiro da Água do Amazonas, a empresa está trabalhando para que a fluoretação seja uma realidade em Manaus, já a partir do primeiro semestre de 2012. Segundo ele, a adição na água não vai onerar a conta para o consumidor. Desde 2004, o Ministério da Saúde conta com uma linha de financiamento para a aquisição de equipamentos para o processo de fluoretação.

No final do Simpósio foi acordada a elaboração de um documento sobre as questões tratadas e acordadas durante o evento.