terça-feira, 20 de novembro de 2012

Maternidades implantam serviço de Odontologia


Com esse importante novo serviço de Odontologia criado em Manaus pelo Governo do Amazonas, pergunto: O profissional de Odontologia que acompanhará o recém-nascido e a parturiente será o Odontopediatra?

Com todo o respeito aos colegas, penso que tal serviço deve ser praticado por Odontopediatra, pois comumente vemos situações em crianças que passam desapercebidas por um Clínico Geral, por exemplo.

O que o Odontopediatra observará em recém-nascidos? Aqui algumas situações mais comuns:


1.    Dente natal ou dente neonatal, ou ainda uma erupção precoce. Qual a diferença entre essas três condições em um recém-nascido?
2.    Esses dentes SEMPRE devem ser extraídos? Em quais casos?
3.   A deficiência de vitamina K, comum em todo recém-nascido, permite essa extração, se for indicada?
4.  Pérolas de Epstein e Nódulos de Bohn, com suas diferenciações de dentes em erupção, precisam de tratamento?

HEMATOMA DE ERUPÇÃO

5.    Hematomas de erupção (já recebi paciente enviado por Pediatra para “drenar um abscesso” que era apenas um hematoma de erupção sem sintomas).
6.  Traumas por intubação e extubação que podem ocorrer nos rodetes gengivais, podendo acarretar danos aos germes dentários.
7.   Orientações sobre a importância da amamentação para o bom desenvolvimento do complexo craniofacial, e na prevenção de maloclusão.
8.    A higiene após as mamadas para prevenção da cárie.

Se o Médico que acompanha o recém-nascido é o Pediatra, nada mais justo que o Odontopediatra cuide da saúde bucal desse paciente, não acham?

Anna Borges Louzada
Odontopediatra
CRO-AM 1192
Manaus-AM

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

POR QUE MEU FILHO NÃO COME?


Nos dias atuais é muito comum vermos crianças que, apesar de não se alimentarem bem, estão acima do peso ideal ou até mesmo obesas. 


Como Profissional de Saúde, procuro mostrar aos pais que a alimentação deficiente em nutrientes essenciais (mas rica em açúcar e sal) não causará apenas cáries, mas também problemas que podem se agravar, como as chamadas “doenças de adulto” (diabetes e hipertensão).

Alem do açúcar e sal em excesso, os alimentos industrializados, que chamo “comida de preguiçoso” (basta abrir a embalagem e consumir) também têm muitos corantes e conservantes, e o que vemos hoje são crianças com alergias e intolerâncias a alimentos, talvez por esses excessos.

Quando o bebê começa a comer comida sólida, a pedido do Pediatra, alguns pais acham que a criança “cospe” a comida porque não gostou do sabor. Na verdade, os dentinhos que ainda não nasceram é que deveriam impedir a língua de projetar-se para fora da boca, no momento da deglutição. Quando engolimos, nossa língua toca na face interna dos dentes anteriores; se a criança ainda não tem esses dentes, a língua ainda não tem seu limite dentro da boca.

Essa “falta de limites” da língua leva alguns pais a pensarem que a criança não gostou do alimento, o que não é correto, pois nos primeiros anos de vida a criança está construindo seu paladar, então tudo que insistimos, ela acaba gostando.

Também é importante lembrar que a criança terá o exemplo dos pais no quesito alimentação, ou seja, se os pais não gostam de certo alimento, como querer que ela goste? O mesmo exemplo serve para escovar os dentes, OK?  ;)

A alimentação da criança também deve seguir uma rotina, como a dos adultos, cujo intervalo entre uma refeição e outra deve ser de, no mínimo, três horas. Não devemos permitir que a criança alimente-se em intervalos mais curtos, pois seu estômago, muito pequeno, satisfaz-se com pouca quantidade de comida, e ela ainda não tem o nosso péssimo habito de comer sem estar com fome; dessa forma, se a criança comer qualquer coisa nos intervalos das refeições, não terá fome, o que remete os pais àquele sentimento de culpa porque ela não comeu, e acabam permitindo que coma guloseimas.

O doce das guloseimas costumam tirar o apetite, além de ter, geralmente, excessos de açúcar e sal. Devemos saber que tem hora para o sorvete e hora para a salada, por exemplo.


Não podemos exigir bom senso de uma criança, ao se alimentar, se o adulto, que deveria ter bom senso, não tem. Querem um exemplo? Adulto fuma e bebe e sabe que faz mal; bebe e dirige, sabendo que é extramente perigoso.

O bom senso dos pais deve ditar as normas para uma boa alimentação da criança, sem precisar privá-la das guloseimas que ela gosta, mas fazendo com que ela tenha uma alimentação saudável, na hora certa, para construção de sua saúde e qualidade de vida.