sexta-feira, 24 de julho de 2009

Em defesa do Flúor





A historia do Flúor começa no inicio do Século XX, em 1901 na Itália, e em 1916 nos EUA, onde foram observados dentes com manchas marrons impossíveis de serem removidas, em cidades abastecidas por uma mesma fonte de água potável. Por outro lado, observou-se que as pessoas com os dentes manchados tinham menos cáries que outras cujos dentes não possuíam essas manchas.

Diante dessas descobertas, foi levantada a hipótese de que na água existiria algum componente desconhecido, que estaria provocando as manchas nos dentes, o que foi confirmado em 1931, quando uma analise da água detectou uma alta concentração de flúor.

A partir de então, muitos estudos foram feitos até encontrar a concentração de flúor ideal para reduzir a cárie e não provocar manchas nos dentes ("fluorose"), assim como tantos outros procuraram relacionar outras doenças mais graves com o flúor. Começava uma nova era da Odontologia: a era da prevenção para a promoção da saúde.

A fluoretaçao da água começou, nos EUA, em 1942, e no Brasil em 1953; e nos dias atuais o flúor continua sendo recomendado por Organizações nacionais e internacionais, como a Organização Mundial de saúde (OMS ), como o recurso mais eficaz de prevenção da cárie.

Das "acusações"contra o flúor, a única realmente comprovada é que ele pode causar fluorose (esmalte do dente manchado), mas tal problema só ocorre quando há um consumo excessivo de flúor, e nós sabemos que qualquer medicamento usado em excesso, sem controle médico, pode causar problemas graves.

Ainda para esclarecer, o flúor só causa a fluorose se engolido em grande quantidade, por um determinado período de tempo, e essas manchas só atingem os dentes que ainda vão "nascer". Sendo assim, não há contra-indicação de usar o flúor como estamos acostumados ,ou seja, aplicado sobre os dentes na forma de bochecho, gel ou no creme dental, pois esse flúor não é engolido.

Quanto ao flúor que grávidas e crianças tomam para fortalecer os dentes que estão se formando, o médico sabe perfeitamente a quantidade adequada que cada um deve tomar, portanto,não há perigo desde que instruções médicas sejam seguidas.
Nos EUA, estudos epidemiológicos, comparando o numero de mortes por câncer, não mostraram diferenças significativas entre comunidades que têm água fluoretada e as que não têm.

Para afirmar que o flúor causa câncer, é necessário muito estudo objetivo, sendo eles epidemiológicos, clínicos e laboratoriais, e até o momento não temos conhecimento de nenhum trabalho cientifico com esses resultados.

É inegável o beneficio do flúor na prevenção da cárie, quer seja na fluoretaçao da água (reduz a cárie de 50 a 65%), na aplicação de flúor tópico ( bochechos ou gel reduzem a cárie de 20 a 40%) ou no uso do creme dental com flúor.

Querer atribuir ao flúor responsabilidade por doenças graves, sem um estudo detalhado e bem fundamentado, pode apenas nos parecer leviano, mas uma afirmação como essa pode assustar pessoas leigas, que poderão, simplesmente, deixar de usar o flúor, e ter como conseqüência o aumento da cárie, o que não seria nada bom para um País que já tem um dos maiores índices de prevalência de cárie do mundo.

Anna Borges Louzada
Odontopediatra
CRO-Am 1192.

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